A bandeira das artes como forma de conhecimento já é bastante conhecida e acenada por parte de arte-educadores, mesmo que em alguns casos não se revertam em prática efetiva. Este argumento tem sido, inclusive, um dos mais usados para convencer os meios escolares/políticos de que as artes devem ter um lugar no currículo escolar tanto quanto e com mesma carga horária das demais disciplinas do currículo.
Havia um tempo em que se falava em apenas quatro linguagens artísticas (Artes Visuais, Dança, Teatro e Música). Bem, essas linguagens agora devem ser estudadas de maneira mais holística, afinal as mudanças sociais também se manifestam nas artes, tendo em vista que estas são a própria sociedade. Mas para discorrer sobre Artes Integradas é preciso abordar a discussão sobre Currículo Integrado. Para Ramos:
Deste modo, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade se apresenta como currículo integrado em um novo discurso apresentando um olhar mais amplo tendo o trabalho como princípio educativo. Lembrando que segundo as Orientações Curriculares - OCs os eixos do Ensino Médio no estado de Mato Grosso são: Ciência, Cultura e Trabalho. O trabalho aqui não se apresenta apenas no sentido fordista ou toyotista, mas como construção da autonomia do indivíduo, sempre ligado à ciência e cultura para que haja a formação integral do ser.
Sendo o ensino da arte uma proposta que envolve várias linguagens e o compreendendo como construção de conhecimento, nota-se a importância da integração dessas linguagens sem que ocorra a sobreposição de uma ou de outra, mas sua interrelação com o intuito de efetivar a construção desse conhecimento, ressignificando saberes, facilitando assim o processo de ensino/aprendizagem.
Mas como desenvolver isso na prática? A resposta não é tão fácil de ser dada, tampouco de ser entendida, todavia necessária na práxis docente.
Confesso que tenho receio de apresentar aqui uma receita, afinal esta serve para fazer um delicioso bolo de chocolate, para curar uma patologia, mas não serve para a prática do professor ou da professora.
De qualquer forma a integração das linguagens artísticas, como a integração do currículo, deve ser base de reflexão a cerca da autonomia docente versus polivalência do professor ou professora, ou seja, como exigir que alguém com formação em Artes Plásticas desenvolva um excelente trabalho com música, teatro e dança? O texto das OCs de Mato Grosso pondera o tema da seguinte maneira:
Com isso, o diálogo artístico citado a cima se apresenta como alternativa para essa integração. Um exemplo: se pretendo desenvolver o tema Cultura Regional em MT, em música abordo os ritmos, no teatro as peças de humor e os atores e personagens que trabalham o regionalismo, em dança as danças folclóricas, já em artes plásticas vida e obra dos artistas plásticos matogrossenses. Para a culminância dos trabalhos pode-se realizar um festival cultural com várias apresentações, cada grupo se apresenta com uma linguagem. Só uma ideia... Integrar as artes é isso, abordar um tema e partindo deste tema desenvolver atividades que envolvam todas as linguagens artísticas.
Então é isso, caros arte-educadores, mãos à obra e um bom trabalho.
"a integração pressupõe o reestabelecimento da relação entre os conhecimentos selecionados. Como não pode compreender a totalidade, a seleção é orientada pela possibilidade de proporcionar a maior aproximação do real, por expressar as relações fundamentais que definem a realidade".Essa proposta se dá através da organização e desenvolvimento do processo de construção do conhecimento como um sistema de relações entre as partes e o todo, criando uma totalidade concreta que se pretende explicar/compreender.
Deste modo, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade se apresenta como currículo integrado em um novo discurso apresentando um olhar mais amplo tendo o trabalho como princípio educativo. Lembrando que segundo as Orientações Curriculares - OCs os eixos do Ensino Médio no estado de Mato Grosso são: Ciência, Cultura e Trabalho. O trabalho aqui não se apresenta apenas no sentido fordista ou toyotista, mas como construção da autonomia do indivíduo, sempre ligado à ciência e cultura para que haja a formação integral do ser.
Sendo o ensino da arte uma proposta que envolve várias linguagens e o compreendendo como construção de conhecimento, nota-se a importância da integração dessas linguagens sem que ocorra a sobreposição de uma ou de outra, mas sua interrelação com o intuito de efetivar a construção desse conhecimento, ressignificando saberes, facilitando assim o processo de ensino/aprendizagem.
Mas como desenvolver isso na prática? A resposta não é tão fácil de ser dada, tampouco de ser entendida, todavia necessária na práxis docente.
Confesso que tenho receio de apresentar aqui uma receita, afinal esta serve para fazer um delicioso bolo de chocolate, para curar uma patologia, mas não serve para a prática do professor ou da professora.
De qualquer forma a integração das linguagens artísticas, como a integração do currículo, deve ser base de reflexão a cerca da autonomia docente versus polivalência do professor ou professora, ou seja, como exigir que alguém com formação em Artes Plásticas desenvolva um excelente trabalho com música, teatro e dança? O texto das OCs de Mato Grosso pondera o tema da seguinte maneira:
"Discutir a polivalência do professor de arte na escola é urgentíssimo e deve ser discutido no âmbito das políticas públicas, entre tantas outras questões importantes. Porém, neste documento não se apresentam essas questões de forma declarada, elas se desvelam naturalmente quando o educador se coloca pronto para cumprir seu papel. Portanto, a ideia de sugerir uma Proposta de Arte Integrada nasce muito mais da riqueza de um diálogo artístico, de um partilhamento entre as linguagens artísticas do que a superação ou abafamento da necessidade urgente dessa discussão."
Obra de José Pereira - Artista Plástico de MT |
Então é isso, caros arte-educadores, mãos à obra e um bom trabalho.
Elen L. Prates
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